quarta-feira, 18 de maio de 2011

TIRIRICA







Caricatura feita para a revista Ragga de maio 2011



www.ragga.com.br

terça-feira, 17 de maio de 2011

OZZY OSBOURNE










Caricatura pra o Caderno de Cultura, do Estado de Minas.



Esses dias, fiquei surpreso ao constatar que fiz poucas caricaturas de músicos de Rock.


Vou explorar mais esse meio a partir de já. Tem cada figura...


Aproveito pra agradecer a todos que visitam esse blog. Nem sempre tenho muito tempo pra responder a todos, mas leio todos os comentários e na medida do possível, procurarei responder a todos.


Abraço grande

segunda-feira, 2 de maio de 2011

YES WE KILL





Charge publicada no jornal Aqui, de Belo Horizonte, MG



Eis que novamente vemos cenas de comemoração mórbida, como as que vimos há quase dez anos, quando muitos radicais foram filmados no Oriente Médio, comemorando o atentado de 11 de setembro. Agora, a história se repete do lado de cá, nas ruas da cidade onde um pobre gorila gigante morreu estatelado na calçada depois de cair do Empire State, mostrando que há mais semelhanças entre os dois povos em guerra do que entre os nomes de seus protagonistas.


Depois de um longo tempo dando um verdadeiro balé no serviço de inteligência americano, seja se esgueirando em cavernas e fortalezas ou se disfarçando de cacto no deserto, o terrorista barbado com cara de anêmico mais procurado do mundo sucumbiu a um ataque brutal do capitão Stallone e sua tropa de durões.


A morte do líder terrorista foi anunciada com ares triunfais por Obama e recebida pelo seu povo com euforia. Obama fica aliviado, porque finalmente algo marcante aconteceu em seu governo inexpressivo e a sua reeleição fica quase certa com esse episódio, uma vez que o povo norte-americano adora um simbolismo. Esse, por sua vez, com aquele sentimento de vingança consumada, comemora a suposta morte de Osama nas ruas.


Porque, diz o Obama, que o Osama morreu. Um tiro certeiro no cérebro da Al Qaeda.


E que antes de morrer, vergonhosamente usou como escudo humano, uma de suas várias mulheres: obstáculo facilmente abatido pela tropa americana - já que esse não era lá nenhum escudo de última geração, como o do super soldado Steve Rogers, o famoso Capitão América. E que envolveram o corpo do terrorista num lençol branco e, depois de amarrarem um peso a ele (que bem poderia ser o Georginho Bush) jogaram-no ao mar, onde ficará desaparecido - como sempre esteve, aliás - até o fim dos tempos.


Peraê... Essa história tem algo muito errado... Pois não é isso que aprendemos sobre os norte-americanos nos longas de ação.



Não deveriam ter invadido a fortaleza numa complexa missão, enfrentado vilões perigosos armados até os turbantes e desativado uma bomba amarrada no corpo escultural da Naomi Watts, tomada como refém de última hora pelos terroristas? Não deveria ter havido uma previsível lutinha final de igual pra igual entre o Bruce Willis e o vilão principal? Numa última e covarde tentativa de saída do bandido, caso ele usasse como escudo humano uma de suas próprias mulheres, não deveria o herói ter detido o criminoso e feito de tudo pra deixá-la escapar com vida?


E cadê a foto do corpo? Do Saddam, tivemos certeza. Cadê a filmagem do tal cadáver envolto numa mortalha sendo lançado ao mar? E se o Islã resolver desmentir a morte do Bin Bin com o intuito de desacreditar a ação do Tio Sam diante do mundo? Como o Obama poderá provar o contrário? Osama, de morto, passará a mito? Até que ponto o Serviço de Inteligência Americana é estúpido dessa forma?


Essas questões até fariam algum sentido para nós, brasileiros, caso a Fátima Bernardes não tivesse feito aquele quase imperceptível menear de cabeça, acenado com a sobrancelha direita e apertado os lábios, o que quer dizer que devemos - como sempre fizemos - aceitar tudo o que nos dizem, sem muitos questionamentos.



Só sabemos que as únicas coisas que nos soaram realmente familiares e dignas de um Oscar nesse longo e equivocado filme foram as colossais e sensacionais explosões nas torres gêmeas - essas sim, dignas daquelas produções blockbusteres de catástrofes, recheadas de pirotecnias e efeitos especiais.


Talvez o maior problema seja esse. Quando os efeitos especiais parecem mais convincentes do que o roteiro e os atores, uma coisa é certa: tem algo de errado com o filme.